Rei nigeriano é homenageado no Rio; Ooni de Ifé reforçou origem nobre de afro-brasileiros

Rei nigeriano reforça origem nobre de afro-brasileiros

Publicado em 12/06/2018 13:23 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro

Em homenagem recebida nesta segunda-feira (11) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o rei da cidade de Ifé, Ooni Adeyeye Enitan Ogunwusi, líder espiritual dos Yorubás e uma das mais importantes personalidades da Nigéria, na África, deixou uma mensagem de força e igualdade a todos os afrodescendentes brasileiros, ao lembrar a nobreza da origem de todos eles.

Ooni de Ifé, o Ojaja II, diz que os afro-brasileiros descendem de reis, rainhas, príncipes e princesas. E que o povo negro não foi escravo e sim escravizado. Adeyeye foi condecorado no plenário da Alerj com a maior honraria do Estado, a medalha Tiradentes.

Em seu discurso, Ooni de Ifé destacou que a Nigéria e o Brasil têm muito em comum, e que por isso deveriam estar naturalmente conectados para elevar a autoestima dos afrodescendentes. E lembrou que a escravidão tirou mais de 40 milhões de pessoas negras da África.

Ele também afirmou que a intolerância religiosa é inaceitável e que os seguidores das diversas religiões procuram Deus por caminhos diferentes, mas que todos tem o mesmo destino.

Durante a solenidade, o deputado Zaqueu Teixeira, do PSD, autor da honraria, ressaltou a atuação do rei em defesa das mulheres e dos jovens.

E afirmou que ele criou programas para promover a autonomia financeira das mulheres, dar oportunidades para o acesso de jovens à universidade e reforçar os vínculos da cultura iorubá pelo mundo.

O presidente em exercício da casa, deputado André Ceciliano, que abriu a sessão solene fez uma saudação na língua iorubá, pedindo ao rei que traga sorte para o povo brasileiro. Várias lideranças de religiões de matriz africana acompanharam o evento.

O presidente do Centro Cultural Africano no Brasil, Otumba Aderonnu , ressaltou a importância da presença de uma figura tão importante no país.

Mãe Martha de Oxaguiã também comentou a representatividade do rei de Ifé, no país.

O atual Rei de Ifé subiu ao trono em 2015.

Desde então, realizou visitas a países como Estados Unidos, Canadá, Gana, Reino Unido, entre outros.

Esta é a primeira vez da comitiva na América Latina. Ele já passou por Salvador, na Bahia, e permanece no Rio até o dia 13 de junho.

Na agenda de Adeyeye estão previstos uma cerimônia aos ancestrais no Cais do Valongo, eleito no ano passado Patrimônio cultural da humanidade, pela Unesco,o reconhecimento de Rio e Ifé como cidades irmãs e uma prece inter-religiosa no Cristo Redentor.

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