MEC vai repassar recursos para identificação de ossadas do cemitério de Perus

MEC vai repassar recursos para identificação de ossadas

Publicado em 21/09/2018 23:32 Por Eliane Gonçalves - São Paulo

Em audiência de conciliação no Tribunal Regional Federal da 3ª região, o Ministério da Educação se comprometeu repassar, em outubro, 200 mil reais para o CAAF, Centro de Antropologia e Arqueologia Forense.


O centro, ligado à Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, é responsável por identificar mais de mil ossadas encontradas em 1990, em uma vala clandestina no cemitério de Perus, na capital paulista. O cemitério foi usado durante a ditadura militar para enterrar os corpos de ativistas políticos mortos pelo regime e que hoje constam como desaparecidos políticos.


Em acordo firmado no final do ano passado, o CAAF deveria ter recebido 600 mil reais para custear a identificação das ossadas. O ministério de Direitos Humanos, a Unifesp e o MEC ficaram responsáveis pelos repasses. Até agora, apenas a Unifesp e a pasta dos direitos humanos repassaram os recursos. 200 mil cada.


Durante a audiência, a representante do MEC, Daniela Godoy, explicou que a liberação dos recursos dependia de autorização do Ministério do Planejamento e que isso deve ocorrer no mês que vem.


Segundo a Professora Raiane Assumpção, pró reitora de extensão e cultura da UNIFESP, responsável pelo CAAF, é possível cumprir o prazo para identificação das ossadas, desde que os prazos para os repasses de recursos também sejam cumpridos.

Das 1047 ossadas localizadas na vala, foram analisadas 100 amostras e identificado o corpo de um desaparecido político, Dimas Antônio Casemiro, dirigente do Movimento Revolucionário Tiradentes, morto em abril de 1971. Na ultima semana, foram enviadas outras 250 amostras para análise genética, a última etapa de um processo longo. Só seguem para análise as amostras que já apresentam características compatíveis, explica a professora.

33 famílias de desaparecidos políticos já tiveram amostras sanguíneas coletadas para comparação com os resultados da análise genética.


No dia primeiro  de outubro foi marcada uma nova reunião de conciliação. Dessa vez,  com o governo de São Paulo que se comprometeu a indicar legistas do IML do estado que pudessem ajudar no trabalho de identificação, mas até agora isso não aconteceu.

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