No DF, quase 80% das vítimas de feminicídio não estavam sob medida protetiva

DF: cerca de 80% das vítimas não estavam sob medida protetiva

Publicado em 05/09/2019 19:09 Por Dayana Vítor - Brasília

É comum que mulheres em relacionamentos abusivos perdoem o parceiro várias vezes. A maioria nem chega a registrar um boletim de ocorrência, quando é vítima de violência. Seja por medo, dependência financeira ou emocional. Mas essa omissão pode ter consequências graves.

Aqui no Distrito Federal, mais de 70% das vítimas de feminicídio nunca tinham denunciado o companheiro pelas agressões.

Já quase 80% das mulheres mortas pelos maridos ou namorados não estavam sob medidas protetivas, segundo estudo feito pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios da Secretaria de Segurança Pública do DF

Apenas neste ano, foram 14 vítimas de feminicídios. Desde 2015 até o primeiro semestre deste ano, 74 moradoras da capital do país morreram pela condição de serem mulheres.

Para evitar novos casos, a Secretaria de Segurança testa um novo equipamento de monitoramento de mulheres vítimas de violência que comunicaram o fato à polícia. Na medida que o agressor chega perto da vítima, ocorre a vibração do dispositivo e uma ocorrência é gerada para que uma viatura chegue ao local.

A analista de contas, Jacira Gonçalves, poderia ter sido uma das vítimas de feminicídio. Ela registrou vários boletins de ocorrência contra o ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento e a perseguia. Jacira narra todo drama que sofreu.

Assim que uma mulher vítima de violência registra um boletim de ocorrência, ela pode pedir a instauração de medidas protetivas.

O delegado comunica ao juiz a vontade da vítima das agressões e o pedido normalmente é decidido em questões de horas, como esclarece o juiz coordenador do Núcleo Judiciário da Mulher do Tribunal de Justiça do DF, Ben Hur.

No DF, pra evitar que o agressor chegue perto da mulher que tem uma medida protetiva, policiais da equipe de prevenção à violência doméstica acompanham os casos, os agressores usam tornozeleiras eletrônicas e as mulheres podem utilizar um aplicativo para chamar policiais no caso de aproximação dos ex-companheiros.

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