Puxado pelo consumo das famílias, PIB volta ao patamar do terceiro trimestre de 2012

PIB brasileiro volta ao nível do terceiro trimestre de 2012

Publicado em 03/12/2019 20:27 Por Raquel Júnia - Rio de Janeiro

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% no terceiro trimestre deste ano em comparação ao segundo trimestre. Em volume, o resultado alcançou R$ 1,842 trilhão. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 1,2%. Já o acumulado em quatro trimestres registra 1% de crescimento.


O resultado do terceiro trimestre foi reflexo, sobretudo, do consumo das famílias, que cresceu 0,8% e tem grande peso no cálculo do PIB. Por outro lado, os gastos dos governos continuam caindo e puxaram o resultado para baixo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE.


O maior crescimento foi registrado na agropecuária, com 1,3% de alta em relação ao segundo trimestre, seguido pela indústria, com crescimento de 0,8%, e serviços, que cresceram 0,4%.


A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destaca que o resultado alcançado mostra uma recuperação em relação aos piores momentos da economia nacional, mas ainda distante do cenário mais positivo antes da crise.


“Depois desse resultado do terceiro trimestre, a gente está no mesmo patamar do terceiro trimestre de 2012. Em relação ao máximo que a gente atingiu, que foi no primeiro trimestre de 2014, a gente ainda está em um patamar inferior, 3,6%, mas ao mesmo tempo já nos recuperamos em relação ao pior momento, que foi no quarto trimestre de 2016. A gente já está em um nível 4,9% acima desse pior momento. Então a gente está se recuperando, mas ainda estamos em um nível pré-crise”.


O resultado do terceiro trimestre mostra também recuperação da construção, que apresentou 4,4% de alta em comparação ao mesmo trimestre de 2018 e registra o segundo crescimento consecutivo após 20 trimestres de queda. O resultado ainda é, no entanto, 30% inferior ao verificado antes da crise econômica.


Na ótica da produção, também cresceu a indústria extrativa, com uma alta de 12%, reflexo do crescimento da extração de petróleo, que superou a perda de produção na atividade mineral em função das crises socioambientais com as tragédias ocorridas em Mariana e Brumadinho. Em serviços, os destaques positivos foram comunicação e informação e também o comércio.


A pesquisadora do IBGE destaca o peso do consumo das famílias no resultado.


“Pela ótica da demanda, foi principalmente o consumo das famílias, que pesa 65% da economia brasileira, e é influenciado positivamente pela melhora do mercado de trabalho, mesmo que puxado pela informalidade. Além disso, tivemos a liberação das primeiras parcelas do FGTS em setembro, a inflação dentro do centro da meta já há bastante tempo. E uma coisa bastante importante nesse terceiro trimestre foi o crescimento do crédito para pessoas físicas, que aumentou mais de 15% em termos nominais, o que também colaborou com o crescimento do consumo das famílias”.


Ainda entre as despesas das contas nacionais, continua recuado o consumo dos governos nos níveis federal, estadual e municipal, que caiu 0,4%. Além disso, também puxou o resultado do PIB para baixo a queda das exportações, que recuaram 2,8%. Já as importações continuaram crescendo e chegaram ao patamar de 2,9% de alta.

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