Pesquisa revela que 42% dos trabalhadores do setor cultural ficaram sem renda em março e abril

Pesquisa: 42% dos trabalhadores ficaram sem renda em março e abril

Publicado em 30/06/2020 18:34 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro

Dados preliminares de uma pesquisa sobre os impactos da pandemia nos setores culturais e criativos mostram que mais de 42% dos trabalhadores e empreendimentos dessas áreas perderam todas as suas receitas nos meses de março e abril.

E, para cerca de 22%, a renda caiu pelo menos à metade. A situação é ainda mais dramática entre os meses de maio e julho, quando o percentual de entrevistados com perda total sobe para quase 45%.

O levantamento está sendo feito por diversos pesquisadores, com o apoio de secretarias de Cultura e de instituições como o Sesc ea Unesco, a partir de um questionário na internet. E as expectativas para os próximos meses também não são otimistas: de agosto a outubro, quase 30% dos entrevistados ainda esperam não ter qualquer receita.
 

Somente de novembro a janeiro, aqueles que acreditam que vão voltar ao seu nível habitual de receita passa a ser maioria, com 25,5%. Ainda assim, pouco acima dos cerca de 22% que acreditam que ainda amargarão perdas totais.

O pesquisador Rodrigo Amaral alerta para o cenário ainda pior verificado em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, onde a perda de 100% da receita ao longo de cinco meses é relatada por cerca de 65% dos entrevistados.

De acordo com o vice-presidente do Fórum Nacional de Secretários de Cultura Fabricio Noronha, os dados vão ajudar gestores e entender melhor esses impactos para auxiliar o setor.

A pesquisa também tenta avaliar os impactos da falta de receita ao longo da cadeia produtiva e identificou que cerca de 26% dos entrevistados pararam totalmente de comprar matérias-primas, enquanto 32% suspenderam 100% das contratações de pessoal. Mas os pesquisadores esclarecem que em ambos os casos, a proporção só não é maior porque a grande parte dos entrevistados é de trabalhadores do setor e não empreendimentos, logo não fazem compras ou admissões.

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