Na Trilha da História: Pioneiro relembra primeiros anos da construção de Brasília

Pioneiro relembra primeiros anos da construção de Brasília

Publicado em 13/04/2017 19:42 Por Apresentação Isabela Azevedo - Brasília

Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais um Na Trilha da História. Hoje, nosso tema é a construção de Brasília. Nossa capital foi inaugurada em 21 de abril de 1960, depois de três anos e meio de construção. Uma cidade planejada em meio ao Planalto Central e nascida da terra vermelha do Cerrado.

Um dos personagens dessa história é o alagoano Claudionor Santos, que chegou às obras em julho de 1957, quando tinha quase 18 anos de idade. O primeiro emprego dele na capital ainda em gestação foi de locutor.

Sonora: "As companhias construtoras chegavam com aquelas relações enormes... E a gente falava mais ou menos assim 'o serviço de auto-falante A Voz de Brasília anuncia a necessidade de pedreiro, carpinteiro, servente para trabalhar na obra do Congresso Nacional. Minha filha, chovia de gente!".

O próximo trabalho de Claudionor foi de apontador de campo nas obras do Congresso Nacional.

Sonora: "O que era apontador de campo? Na época, não existia relógio de ponto. Eu ia pra a obra com a prancheta na mão e apontar se o fulano estava trabalhando ou não. Quando eu cheguei, tinha 800 funcionários, por aí. E eu conhecia o nome de quase todos."

O pioneiro lembra o ritmo frenético nas obras.

Sonora: "Trabalhei feito louco, dia e noite, porque a obra não parava. O Congresso Nacional foi construído em três anos. Imagine! É uma epopeia! Uma loucura!"

E nesse ritmo louco tinha tempo para diversão, Claudionor?

Sonora: "Único lazer que nós tínhamos era o futebol. No acampamento, nós fizemos um campinho de futebol naquela terra vermelha e jogávamos entre as construtoras. Todo final de semana tinha um racha daquele absurdo!"

Entre as lembranças de Claudionor da época da construção do Congresso Nacional, uma ficou bem marcada na memória: as visitas noturnas do presidente Juscelino Kubitschek às obras.

Sonora: "E eu ouvia um barulho de carro, às vezes de helicóptero. E quando nos deparávamos, era Juscelino com a equipe dele. Ele falava com os operários um por um e perguntava 'quero inaugurar Brasília em três anos, posso contar com você?"

Hoje, Claudionor guarda com carinho fotografias, causos e recordações da construção de Brasília. E se alguém perguntar ao alagoano como ele gosta de ser lembrado nessa história, ele não tem dúvidas: a palavra é candango./

Sonora: "A minha função na parte administrativa, não trabalhei no pesado. Mas se tivesse trabalhado, para mim, seria um orgulho. Não fui pedreiro, não fui carpinteiro. Mas participei! Porque, vejam só, quem participou da construção de Brasília não foram só os candangos. Os comerciantes e os médicos que chegaram aqui em 1957 também participaram. Então eu tenho o maior orgulho de ser chamado de candango. Por que eu sou o legítimo candango!"

Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História! A versão completa do episódio sobre a construção de Brasília traz, além do depoimento do candango Claudionor Santos, entrevistas com o professor de arquitetura da Universidade de Brasília José Carlos Coutinho e com o historiador Guilherme Barbosa. E claro, sem esquecer da trilha sonora escolhida especialmente para homenagear Brasília.

Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. Se você quiser nos enviar uma sugestão de tema o e-mail é culturaearte@ebc.com.br. Até semana que vem, pessoal!

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. Tem periodicidade semanal. Acesse aqui as edições anteriores.

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