Na Trilha da História: Historiador analisa os movimentos separatistas nem tanto populares do Brasil

Historiador analisa os movimentos separatistas nem tanto populares do Brasil

Publicado em 11/01/2018 23:35 Por Apresentação Isabela Azevedo - Brasília

Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando mais uma versão reduzida do Na Trilha da História. Hoje, nós vamos conversar sobre alguns episódios em que houve uma mudança ou tentativa de mudança de governo constituído no Brasil.

Para esses eventos, a história deu diversos nomes, como golpes, revoltas ou revoluções. Nosso entrevistado é o escritor e historiador Rodrigo Trespach, que lançou recentemente o livro Histórias não (ou mal contadas)  - Revoltas, Golpes e Revoluções no Brasil, pela editora Harper Collins.

Durante a entrevista, Rodrigo lembrou um caso emblemático, ocorrido em 1889. Trata-se da proclamação da República, quando um golpe militar expulsou a família real do país e instaurou o presidencialismo.

Sonora: "Tem umas coisas interessantes na proclamação da República. O dois símbolos dessa proclamação são estrangeiros. A bandeira hasteada na Câmara de Vereadores é muito parecida com a bandeira americana, e o hino tocado é a Marseillaise, da França. Nós não temos símbolos nacionais desse movimento republicano."

Exatamente um século antes, em 1789, um grupo muito heterogêneo, formado por pessoas insatisfeitas com os altos impostos cobrados pela coroa, bolou um plano para declarar a independência de Minas Gerais em relação a Portugal. A Inconfidência Mineira passou para a história como a primeira grande tentativa de revolta separatista do Brasil.

Sonora: "Embora fizesse parte de uma elite, é um sentimento de nação que começa a nascer no Brasil, que depois vai se consolidar com a vinda da família real, com a independência."

Mas o esquema foi descoberto e os envolvidos punidos. A pena mais dura foi dada a Tiradentes, que foi enforcado e esquartejado.

Sonora: “A sentença foi lida em abril de 1792, três anos depois das prisões, mas a rainha de Portugal já havia determinado que eles fossem enviados ao degredo e que só fossem punidos com a pena capital aqueles inconfidentes que tivessem tramado, discursado em público. E isso cabia muito ao que Tiradentes fazia porque ele era um linguarudo. A ele coube a pena máxima, que foi a morte por esquartejamento."

Rodrigo Trespach também tratou da independência do Brasil. Ele lembrou que, mesmo concordando com a criação de uma assembleia para elaborar a primeira Constituição brasileira, dom Pedro I decidiu fazer ele mesmo a primeira carta constitucional do país.

Sonora: “Ele chama a constituinte para fazer a Constituição e dissolve a assembleia, impondo a própria Constituição, a outorgada, a imposta. Aí, voltamos à ideia de que sempre o povo não participa. As decisões brasileiras são de cima pra baixo. Esse foi o primeiro golpe do país independente." 

Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo traz, além da entrevista na íntergra com o escritor e historiador Rodrigo Trespach, músicas que têm tudo a ver com as revoluções e os golpes descritos por ele. Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você quiser enviar uma mensagem pra gente, nosso e-mail é culturaearte@ebc.com.br./ Até semana que vem, pessoal!

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.

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