Investigação aponta que R$ 2 milhões foram desviados da merenda escolar no Amapá

Investigação aponta que R$ 2 milhões foram desviados da merenda escolar

Publicado em 15/12/2017 21:29 Por Renata Martins - Brasília

A Polícia Federal e Controladoria-Geral da União investigam desvios de recursos da merenda escolar no Amapá

Segundo a CGU, pelos menos 52 escolas de Macapá ficaram sem os alimentos da agricultura familiar.

O presidente da OCB, a Organização das Cooperativas do Amapá foi preso preventivamente nesta sexta-feira (15).

Gilcimar Pureza é acusado de ter influência direta na administração de outra cooperativa, a Agrocoop, investigada por desviar recursos e não entregar alimentos da agricultura familiar para as escolas do Estado.

Considerado pelos investigadores como “sócio oculto”, Gilcimar é suspeito de ter ameaçado membros da Agrocoop para que ficassem calados e não colaborassem com as investigações.

O Delegado de Combate à Corrupção do Amapá, Victor Arruda, afirmou que o acusado resistiu a prisão e vai responder por desacato.

SONORA 1: “Ele não conferiu a entrada de forma amistosa para dois policias. Os policiais tiveram que forçar a entrada da casa dele por arrombamento. Depois da entrada houve resistência a prisão. Inclusive encontraram um celular escondido no ralo do banheiro dele. A postura dele foi totalmente, pode se dizer até certo ponto, agressiva em relação aos policiais, culminando com um desacato já aqui na superintendência.”

Em nota, a OCB afirmou que atua apenas como órgão sindical e registral das cooperativas e que o presidente da organização, Gilcimar Pureza, tem contribuído diretamente nas investigações.

Para o delegado Victor Arruda, a Agrocoop é de fachada.

Representantes da cooperativa não tinham conhecimento do funcionamento da empresa.

Sonora 2: “No interrogatório dos diretores eles não souberam apontar sequer o nome de um cooperado da cooperativa. Então eles constituíram aquela pessoa jurídica daquela forma no sentido de obter uma facilidade na contratação com o setor público. Porque precisava ser uma cooperativa de agricultores familiares para conseguir o contrato.”

A Justiça também determinou o sequestro de bens dos acusados.

Em outubro, na primeira fase da operação, os alvos foram empresários, diretores de escolas e servidores da Secretaria de Educação do Amapá.

A estimativa é de que aproximadamente R$ 2 milhões, destinados à merenda de vários municípios, tenham sido desviados.

A Secretaria de educação do Estado informou que suspendeu imediatamente o contrato com a cooperativa e bloqueou o pagamento da última parcela, de cerca de R$ 1 milhão.

Além disso, exonerou os diretores e afastou os servidores acusados de envolvimento nas fraudes.

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