Número de venezuelanos que procuraram a Cáritas do Rio já passa de 122

Número de venezuelanos que procuraram a Cáritas do Rio já passa de 122

Publicado em 20/06/2018 20:45 Por Tâmara Freire - Rio de Janeiro

Se as guerras e conflitos da África e do Oriente Médio acontecem longe demais para o Brasil ser um destino prioritário de refugiados, o mesmo não pode se dizer da crise política e econômica da Venezuela, que tem provocado o êxodo de muitos cidadãos.

Até mesmo para o Rio de Janeiro, que está bem distante da fronteira Venezuela-Brasil. Somente este ano, o número de venezuelanos que procuraram a Cáritas do Rio já passa de 122, quantidade superior a todos os atendidos entre 2012 e 2016. No ano passado, foram 170.

A coordenadora do Programa de Atendimento a Refugiados da organização humanitária, Aline Thuller, defende que o governo brasileiro deve entender que eles saíram da Venezuela não somente por questões financeiras, mas também políticas, e passe a considerar os cidadãos do país como elegíveis para o refúgio de maneira mais ampla.

Maria Gabriela Moreno Pontes chegou ao Rio de Janeiro, em agosto do ano passado, com o marido, os dois filhos e grávida de oito meses. Ela conta que o marido chegou a trabalhar em dois hotéis e largou o emprego, em um deles, porque o dono não obedecia a lei trabalhista e não queria dar as folgas a que ele tinha direito.

Antigos proprietário de uma livraria na Venezuela, Maria Gabriela e o marido viram sua condição de vida piorar até que decidiram vender tudo e se mudar para o Brasil.

Aline Thuller, coordenadora da Cáritas do Rio, disse que a falta de vagas no mercado de trabalho também está afetando os venezuelanos e que há empresários que se aproveitam da fragilidade dos refugiados para explorá-los. Diante disso, muitos deles acabam recorrendo ao mercado informal, atuando, principalmente, no comércio de comidas típicas de seus países.

* Áudio atualizado com tradução às 21h27

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