Projeto de lei geral de proteção de dados pessoais é aprovado no Senado
Projeto de lei que protege dados pessoais é aprovado no Senado
Publicado em 11/07/2018 18:59 Por Lucas Pordeus Leon - Brasília
Poucas leis obtêm um consenso amplo na sociedade, como conseguiu o projeto de Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
Setenta e oito entidades do setor empresarial, de instituições acadêmicas e de organizações não governamentais assinaram um manifesto a favor do projeto, aprovado no Senado, nessa terça-feira (10), o projeto disciplina como as informações pessoais são coletadas e tratadas no país.
A empresa ou ente público precisa solicitar o consentimento do titular daquela informação para poder usá-la. A permissão, uma vez dada, ainda pode ser revogada se o titular assim desejar.
Para a conselheira Marina Pita, do Intervozes, organização não governamental que trabalha com o direito à liberdade de expressão, a nova lei coloca o Brasil no patamar dos países da Europa, onde a proteção a dados pessoais já foi regulamentada.
A especialista ressalta, porém, que para a lei ganhar efetividade é preciso criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que fará a fiscalização.
Previsto no projeto, o novo órgão depende do Executivo para ser implementado. Marina Pita explica que a Lei Geral de Proteção de Dados também regulamenta os termos de uso, que são os contratos que assinamos na hora de usar um aplicativo ou site na internet.
O projeto também teve o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, a Brasscom. Para o presidente da entidade, Sérgio Paulo Gallindo, o texto foi o possível dentro de um processo democrático de discussão.
O representante das empresas de tecnologia informou que o setor espera investimentos de cerca de R$ 250 bilhões até 2021. As empresas terão um ano e meio para se adaptar as novas regras, após a sanção presidencial.
O projeto estabelece que é obrigação das empresas a garantia de segurança dos dados, impedindo acessos não autorizados e qualquer forma de vazamento.
O coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Eduardo Magrani, alerta que empresas podem usar bancos de dados para cobrar valores diferenciados.
Segundo o projeto, os chamados dados sensíveis, tem o uso ainda mais restrito, pois abrangem registros de raça, opinião política, crenças e condições de saúde, o que pode trazer riscos de discriminação e prejuízos a pessoa. Também há regras para o uso de informações sobre crianças, como a exigência do consentimento dos pais.
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