Anistia Internacional cobra solução do caso Marielle Franco antes das eleições

Organismo cobra solução do caso Marielle antes das eleições

Publicado em 14/08/2018 17:59 Por Raquel Junia - Rio de Janeiro

Nos cinco meses do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes a Anistia Internacional protocolou um ofício ao Secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, cobrando respostas sobre o caso.

A ação pretendeu alertar também, para uma possível negligência em relação à investigação do crime devido à proximidade das eleições e a prioridade dada ao calendário eleitoral.

Após protocolar o ofício acompanhada da família de Marielle, a diretora executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, disse que estranha o fato de o Secretário de Segurança não atender ao pedido de reunião feito pela instituição na semana passada e cobrou novamente a instalação de uma comissão externa para acompanhar as investigações. 

A Anistia protocolou ofícios também ao chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa; ao Interventor Federal, General Walter Braga Netto; ao Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio, Eduardo Gussem. E em Brasília, à Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Debora Duprah, e ao Ministro da Justiça, Torquato Jardim.

Apesar da demora na solução do crime, tanto a Anistia, quanto a família de Marielle não declararam apoio à proposta do ministro da Segurança Pública, Raul Julgmann de passar a coordenação das investigações para a Polícia Federal.

A mãe de Marielle, a advogada Marinete da Silva, disse que a expectativa é tão somente a garantia de respostas e estranhou a negativa da reunião por parte das autoridades.


O pai de Marielle, Antônio Francisco, bastante emocionado, reforçou que a família não vai descansar enquanto não houver solução.


A viúva de Marielle, Mônica Benício  também afirmou que não apoia a federalização do caso e disse confiar no trabalho do delegado Giniton Lages, que conduz a investigação. Ela destacou que a impunidade do crime impacta a defesa das causas de Marielle.


Mônica afirmou ainda que aguarda um posicionamento das autoridades policiais do Rio sobre a sua própria proteção, já que há cerca de uma semana a Comissão Interamericana de Direitos Humanos solicitou ao governo brasileiro medidas protetivas à ela, que vem sofrendo ameaças com discursos de ódio.

A Secretaria de Segurança foi procurada para se posicionar sobre o pedido de reunião da Anistia Internacional mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

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