Especial 1: Tribunal do Júri julga crimes dolosos contra a vida

Tribunal do Júri julga crimes dolosos contra a vida

Publicado em 17/08/2018 20:36 Por Danyele Soares - Brasília

Sete pessoas que não se conhecem decidindo o futuro de alguém. Foi por essa experiência que passei no Tribunal do Júri ao longo do mês de julho. Foram pré-selecionados 25 jurados para o período pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.

Em cada um dos 11 encontros, eram sorteadas 7 pessoas para compor o conselho de sentença, ou seja, analisar o caso, ouvir testemunhas e diferentes versões, interrogar o réu e decidir, por fim, se era culpado ou inocente.

Foi uma tarefa difícil! Eram horas e horas ouvindo os relatos até irmos à sala secreta para votarmos. Desde quando éramos sorteados até o fim do julgamento, não podíamos nos comunicar com o mundo lá fora, muito menos ficar com celular.

Nem mesmo podíamos conversar entre nós sobre o processo. Na fase de votação, recebíamos duas cédulas com “sim” e “não” e tínhamos de responder várias perguntas sobre o caso. O voto escolhido era colocado na primeira urna e o descartado, na segunda. Assim, estava assegurado o sigilo das votações.

O juiz Paulo Afonso Siqueira explica que o tribunal do júri está previsto na Constituição e deve julgar crimes dolosos contra a vida, como homicídio, infanticídio e auxílio ao suicídio.

Segundo ele, o colegiado garante o exercício da democracia, porque são os 7 jurados que decidem o futuro do réu com base nas convicções íntimas e com o que concluíram após analisar as provas e os depoimentos. Ele destaca que a missão ajuda o indivíduo a colaborar com a Justiça e a ser mais ponderado.

Nesses encontros, ouvimos histórias das mais variadas e diferentes motivações que levaram alguém a praticar um crime. Os casos surpreendiam e mostravam as diferentes realidades do país. 

A bancária Hellen de Aquino foi sorteada para alguns julgamentos e ficou chocada com os relatos. Na avaliação de Hellen, a responsabilidade do jurado é grande, mas ela se viu pronta para exercer a tarefa.

Acompanhe amanhã na próxima reportagem da série “Tribunal do Júri: o exercício da democracia” como é o processo de seleção dos jurados.

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