A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagraram nesta terça-feira a segunda fase da Operação Saigon, que desarticulou uma quadrilha que explorava a prostituição em São Gonçalo e Maricá, na Região Metropolitana da capital fluminense.

No total, foram emitidos pela Justiça seis mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão, contra denunciados pelos crimes de favorecimento à prostituição de menor de 18 anos, manutenção de estabelecimento onde ocorre exploração sexual e rufianismo, que é o crime de tirar proveito da prostituição alheia.

A ação terminou com duas pessoas presas, uma delas é o ex-policial civil Alzemar Conceição dos Anjos apontado pelo Ministério Público como o chefe da quadrilha.

Ele, que foi expulso da Polícia Civil no ano passado por envolvimento com um esquema de prostituição, era responsável por todo o funcionamento da atividade ilícita em três prostíbulos, sendo dois em São Gonçalo e um em Maricá. Os outros quatro acusados de fazer parte da cúpula da quadrilha estão foragidos.

Ainda segundo o Ministério Público, a organização criminosa aliciava menores carentes da região e as levava para trabalhar nos locais, que tinham condições precárias de higiene. Algumas das vítimas, inclusive, eram mantidas em cárcere privado. Como explica o delegado encarregado da investigação, Cristiano Maia.

No decorrer da investigação, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça deixaram claro que os envolvidos sabiam e permitiam que mulheres menores de 18 anos se prostituíssem nos estabelecimentos. Em uma ocasião, Alzemar alerta seus subordinados sobre a presença de policiais da  Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente na região.

No diálogo, ele se refere às menores de idade como sapatinhos pequenos em uma tentativa de não chamar a atenção, e pede que elas sejam retiradas de suas casas de prostituição.

O esquema foi descoberto através da  apuração de crimes de corrupção praticados agentes públicos na cidade de São Gonçalo, dentre eles policiais civis e militares. Ao longo da investigação foi identificado o pagamento de propina aos agentes de segurança, por parte das quadrilhas ligadas à prostituição e ao jogo do bicho.

Esta última foi desarticulada nesta segunda-feira, na Operação Saigon, que terminou com 17 presos, entre eles 10 policiais. Além disso, 53 pessoas envolvidas no esquema foram denunciadas por formação de organização criminosa e peculato.