Viva Maria: A busca pelo fortalecimento após a perda da ativista Sabrina Bittencourt

A busca pelo fortalecimento após a perda da ativista Sabrina Bittencourt

Publicado em 05/02/2019 12:57 Por Apresentação Mara Régia - Brasília

Com a velocidade com que as notícias tristes costumam chegar até nós, Viva Maria recebeu com grande incredulidade a morte de Sabrina Bittencourt, ativista brasileira envolvida nas denúncias contra o médium João de Deus.

Até onde conseguimos avançar na investigação da morte Sabrina, o fato se deu no último sábado em Barcelona, na Espanha, onde ela vivia.

A repórter Juliana Cezar Nunes, da Rádio Nacional, em Brasília, confirmou o fato a partir de uma nota divulgada pelo grupo Vítimas Unidas. Nessa nota, o grupo afirma que a ativista cometeu suicídio. E, no mesmo texto, o grupo reafirma sua disposição de luta no enfrentamento do machismo e da violência contra as mulheres.

A mesma violência que marcou a vida de Sabrina desde os 4 anos de idade, quando foi abusada pelos integrantes da igreja frequentada pela família. Aos 16, ficou grávida de um dos estupradores e abortou. Sabrina Bittencourt dedicou a vida a militar por vítimas de abuso e a desmascarar líderes religiosos, dentre eles Prem Baba e João de Deus.

Bittencourt foi uma das criadoras do movimento Coame, sigla para Combate ao Abuso no Meio Espiritual, plataforma que concentra denúncias de violações sexuais cometidas por padres, pastores, gurus e congêneres.

Sabrina ajudou, principalmente, as vítimas de abuso sexual de João de Deus, investigando as acusações junto à imprensa. Sabrina também auxiliou a filha do próprio médium, Dalva Teixeira, na denúncia contra o pai, por abuso. Por tudo isso, Sabrina vinha recebendo uma série de ameaças.

E nós aqui nos solidarizamos com aquelas que tiveram em Sabrina apoio fundamental para que pudessem tomar coragem e denunciar as violências as quais foram submetidas. Um fato que, por demais corajoso, e que, para além da coragem, exige uma rede de apoio, caso contrário não é tão difícil que a gente venha a sucumbir, já que as mulheres são muito desqualificadas quando fazem denúncias, e o movimento de mulheres tem inúmeras provas disso.

Mas, por hoje, queremos ficar na companhia da psicóloga Lydia Rebouças, vice-reitora da Universidade da Paz (Unipaz), que sempre nos socorre nos momentos de luto, fé, razão, incredulidade e dúvidas de toda ordem, que se confundem nesse caso tão doloroso.

Viva Maria: Programete que aborda assuntos ligados aos direitos das mulheres e outros aspectos da questão de gênero. É publicado de segunda a sexta-feira. Acesse aqui as edições anteriores.

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