A construção do Museu da Bíblia, no Eixo Monumental, um projeto de Oscar Niemeyer, está gerando polêmica. O Colegiado de Entidades Distritais de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal divulgou nota na qual expressa preocupações, porque o arquiteto não pode mais acompanhar a obra, devido a sua morte, e também porque Brasília é tombada.

O presidente da entidade, Daniel Mangabeira, explica.

“A nota quis chamar atenção que a população tem que ser ouvida, o Instituto de Patrimônio Histórico tem que ser ouvido. Havendo essa destinação para a construção, e há, onde ela vai ser feita, e porque optou-se pela contratação do escritório Oscar Niemeyer”.

A obra ainda nem começou, mas a ideia do GDF é arrecadar R$ 63 milhões, sem afetar os cofres locais, para entregar o Museu da Bíblia em 2022. E o que as pessoas acham da construção desse novo monumento?

A professora Sueli Cândido é contrária, devido Brasília ser Patrimônio Cultural da Humanidade e também pelo estado ser laico.

“A minha opinião é que não deveria construir, tanto porque o patrimônio é tombado e segundo porque o estado é laico. Acho que a gente deve manter a laicidade e não pode ter a interferência de uma única característica religiosa”.

A gerente comercial Bárbara Gama já é favorável a construção do museu.

“Eu acho válida a construção do museu. Eu acredito que, se o Oscar Niemeyer que fez o projeto não pode se responsabilizar, outro arquiteto competente pode se responsabilizar por ele”.

Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação afirmou que o projeto do Museu não fere o que está proposto no Plano de Preservação do Eixo Monumental, pois está baseado em portaria do IPHAN.

Já o Instituto declarou que o projeto não foi apresentado ao órgão. Disse também que um grupo técnico está discutindo parâmetros de ocupação, tamanho de lotes e altura das edificações na área onde será construído o museu.