Saudade e sofrimento marcam a vida de venezuelanos que migraram para o Brasil

Saudade e sofrimento marcam vida de venezuelanos no Brasil

Publicado em 18/05/2018 20:19 Por Kariane Costa - Brasília

Sonora: “Do que eu mais sinto falta? Sinto falta da minha casa. Eu tinha uma casa que lutei muito para comprar junto com meu esposo. Sinto saudades da minha casa e da minha mãe.”

A ida ao território estrangeiro é apenas mais uma etapa de uma decisão difícil que cada venezuelano teve que tomar, carregada de saudade e sofrimento.

Muitos que chegam ao Brasil aguardam uma vaga nos acampamentos montados pelos militares brasileiros.Em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela,  imigrantes estão alojados em abrigos. 

De acordo com Viviane Esse, representante da Casa Civil, da Presidência da República, a expectativa é que, até o final do mês, chegue a zero o número de imigrantes nas ruas de Roraima.

Com o apoio da agência da ONU para Refugiados, o Acnur, da prefeitura de Boa Vista e do Exército,  ela detalha como são ações da Operação Acolhida.

Sonora: “A gente tem grandes ações de acolhimento, de fornecimento de três refeições por dia para os acolhidos. Hoje não há mais mulheres e crianças nas ruas. A intenção é que a gente tenha até o fim do mês ninguém mais nas ruas. Que a gente consiga acolher minimamente as pessoas, dar um tratamento digno, uma estadia em uma das áreas de acolhimento e também atendimento médico.”

O Exército já trabalha com a ampliação das estruturas de alojamento e acolhimento de venezuelanos nas ruas da cidade.

Cerca de 7 mil imigrantes estão em situação de vulnerabilidade. Edwin Herrera, de apenas 18 anos, é um deles. Há quatro meses, ele não dá notícias à família.
 

Sonora: “Minha mãe está em Bolívar e tem 4,5 meses que eu não falo com ela. Não tenho como me comunicar. Não tenho telefone. Eu tinha um, mas tive que vender porque, chegando em Boa Vista, não consegui trabalho, não conseguia dinheiro. Então, vendi o celular para comprar comida, minhas coisas.”

De acordo com o general Eduardo Pazuello, coordenador da força-tarefa humanitária do governo federal, do estado de Roraima, o fluxo de imigrantes para o Brasil está estável, mas ele não é pequeno.

O general explica que, após a recepção, triagem e documentação, são apresentadas opções para ficar no Brasil.

Sonora: “Em Boa Vista, eles vão ser abrigados. E aguardar uma das três saídas: interiorização, retorno para a Venezuela daqueles que assim desejarem ou inserção no mercado de trabalho.”
 

A interiorização é voluntária, mas eles precisam ter um perfil desejado pelo mercado de trabalho dos outros estados. São Paulo, por exemplo, recebeu preferencialmente homens solteiros, o que facilitaria a empregabilidade.

Já Manaus aceitou casais e famílias. Chegando lá, essas pessoas ficam em abrigos por um tempo determinado. Ao todo 48 mil venezuelanos estão no Brasil, 24 mil pediram vistos.

* Produção: Marcelo Brandão, da Agência Brasil

** Sonorização: Jaime Batista

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