Protestos no Equador entram no oitavo dia seguido; presidente decreta toque de recolher

Protestos no Equador entram no oitavo dia seguido

Publicado em 10/10/2019 18:41 Por Marieta Cazarré - Montevidéu

Nesta quinta-feira (10), pelo oitavo dia seguido, indígenas, estudantes e trabalhadores do Equador protestam contra o decreto, assinado pelo presidente, Lenín Moreno, que eliminou os subsídios aos combustíveis.

Apesar de muitos indígenas já terem deixado Quito após a enorme mobilização dessa quarta-feira (9), o presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Jaime Vargas, afirmou que as manifestações seguirão até que o presidente revise o pacote de medidas econômicas que o governo implementou no âmbito do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Havia a expectativa de que os milhares de indígenas que marcharam ontem, em Quito, voltassem a suas terras, hoje. No entanto, Vargas afirmou que as marchas e protestos seguirão em Quito por tempo indeterminado.

Nessa quarta, o presidente anunciou que voltou a Quito para dialogar com os indígenas. Ele estava na cidade costeira Guayaquil, centro econômico do país, para onde a sede do governo foi transferida após violentos protestos e invasões de prédios como o da Assembleia Nacional.

A mudança da sede do governo, decretada por Moreno na semana passada, tem respaldo durante a vigência do Estado de Exceção, que deve durar 30 dias.

De acordo com o secretário da Presidência, José Briones, o diálogo com os indígenas está sendo intermediado pelas Nações Unidas e pela Igreja Católica.

No entanto, o representante dos indígenas negou que haja diálogo com o governo. Em nota, ele exigiu a liberdade de centenas de pessoas detidas nos protestos e responsabilizou os ministros María Paula Romo, ministra de Governo, e Oswaldo Jarrín, ministro da Defesa, pela brutal violência exercida pelo Exército e pela Polícia Nacional.

De acordo com a imprensa equatoriana, mais de 500 pessoas foram detidas nos últimos dias. As manifestações foram marcadas por episódios de violência e a polícia reagiu com gás lacrimogêneo e cercou parte do centro da cidade de Quito, aonde estão alguns dos prédios importantes do governo do país.

Moreno decretou "toque de recolher" entre as 20h e as 5h, durante um mês, nos arredores do Palácio de Carondelet, para evitar que os manifestantes se aproximem da sede do Executivo.

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