Comércio ilegal de plasma para tratamento da Covid-19 preocupa governo na Bolívia

Comércio ilegal de plasma preocupa governo na Bolívia

Publicado em 25/06/2020 20:52 Por Marieta Cazarré - Montevidéu

A Bolívia autorizou o uso de plasma sanguíneo para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. A iniciativa está validada no Guia para a Gestão da Covid-19, elaborado pelo Ministério da Saúde. Apesar de a compra e venda de sangue ser proibida no país, alguns doadores estão pedindo recompensas em dinheiro e outros benefícios através das redes sociais.


O Ministério da Saúde afirma que a venda de plasma sanguíneo é ilegal e está definida no artigo 216 do Código Penal como crime contra a saúde pública. A punição varia de um a 10 anos de prisão.


O plasma sanguíneo é a porção líquida do sangue que permanece após a remoção dos glóbulos vermelhos, plaquetas e outros componentes celulares.


Na Bolívia, após a aprovação da doação de plasma para o tratamento da Covid-19, o governo nacional lançou a campanha "Sua decisão dá a vida" com o objetivo de incentivar as pessoas que venceram a Covid-19 a doar plasma.


No entanto, as autoridades bolivianas têm recebido muitas denúncias de pessoas que, através das redes sociais, oferecem doações de plasma em troca de dinheiro, do pagamento de contas e dívidas, e até de carros e casas.


De acordo com o guia do Ministério da Saúde, o plasma ou a imunoglobulina hiperimune consegue reduzir os sintomas e a mortalidade da covid-19, embora o anticorpo seja mais eficaz quando administrado precocemente.


Mas um artigo científico citado pelo jornal boliviano La Prensa, escrito pelo embaixador boliviano da Ciência e Tecnologia, Mohammed Mostajo, e pelo imunologista molecular da Universidade da Califórnia, Leonardo Ferreira, alerta sobre os riscos da transfusão de plasma. Eles defendem que as evidências da terapia contra o coronavírus são mínimas e que os riscos são maiores em países em desenvolvimento como a Bolívia.


O diretor do Programa Nacional de Sangue do Ministério da Saúde, Ignacio Alurralde, destacou as características necessárias para que as pessoas possam doar o plasma sanguíneo. Devem ser pacientes recuperados que não apresentem sintomas da Covid-19 há, pelo menos, 14 dias, além de testar negativo para o vírus.


Estima-se que apenas 30% das pessoas recuperadas possam ser doadoras. Pessoas com comorbidades, idosos, menores de idade, grávidas ou mulheres que tiveram mais de duas gestações e pessoas que fizeram transfusões de sangue anteriormente não podem doar.

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