No Amapá, Justiça utiliza técnica de constelação familiar para solucionar conflitos

Justiça utiliza constelação familiar para solucionar conflitos

Publicado em 07/09/2018 20:46 Por Maíra Heinen - Brasília

Esculturas vivas para remover bloqueios e resolver conflitos.

Em um primeiro momento, o ouvinte pode não entender do que se trata, mas essa técnica terapêutica – a chamada Constelação Familiar – tem feito a diferença no judiciário do Amapá quando se busca solução pacífica de conflitos e até mudanças comportamentais.

O estado do Amapá tem usado a técnica entre detentas e também com agentes penitenciários e já vê um novo cenário na busca de soluções.

A promotora da Vara de Execuções Penais, Socorro Pelaes, é uma entusiasta da nova abordagem e coordena o Projeto Oficina de Constelação Familiar no Sistema Prisional Amapaense, em que agentes e educadores penitenciários fazem treinamentos para a nova ferramenta.

Para ela, o resultado é nítido e o método deve ser ampliado.

Sonora: "As mudanças que a gente observa é na vida pessoal mesmo, pelo depoimento deles, e dentro da penitenciária. Já ocorreu um movimento em que a forma de olhar o conflito modificou e por consequência muda a conduta, e o resultado disso é a harmonia, que é o que a gente objetiva."

Os bons resultados no Amapá têm sido divulgados como bons exemplos pelo Conselho Nacional de Justiça, e apresentados em workshops e congressos pelo país.

A consteladora Marilise Einsfeldt tem atuado em todo o Brasil realizando cursos e instruções sobre a técnica. Ela destaca a eficácia da abordagem no judiciário.

Sonora: "O que os juízes todos dizem pra gente? É muito processo, é muita coisa pra julgar, e nem sempre aquela determinação aquela sentença que o juiz deu é uma solução. Muitas vezes as partes voltam com outras demandas, com outras situações, porque o plano de fundo não foi resolvido, que é conflito de relacionamento. Então, a constelação proporciona este olhar amplo, um olhar profundo sobre si mesmo, sobre aquela situação."

A constelação pode ser feita em grupos ou de forma individual. Em grupo, membros participantes são designados a representar as pessoas envolvidas nas situações a serem trabalhadas. Individualmente, é feita com bonecos ou outros materiais de apoio que tenham significado e atuem no campo.

A abordagem da constelação, também chamada de Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica, foi criada e desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger após anos de pesquisas com famílias, empresas e organizações em várias partes do mundo, buscando o diagnóstico e solução de problemas e conflitos.

Desde 2006, a constelação familiar vem sendo aplicada no Brasil pelo Judiciário para facilitar as resoluções de conflitos em diversas áreas. Atualmente, pelo menos 12 tribunais vêm adotando a técnica, tanto previamente às sessões de mediação e conciliação, quanto na formação de magistrados.

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