A denúncia contra o presidente Michel Temer só deve ser lida no plenário da Câmara dos Deputados  na semana que vem. A acusação chegou nessa quinta-feira à Casa e já poderia ser lida nesta sexta-feira, mas não houve quórum. Menos de 10 parlamentares registraram presença. E são necessários 51 deputados para abrir a sessão onde será lida a denúncia.

Para alguns congressistas, esse processo deve ser mais demorado que o da primeira denúncia. Segundo o deputado Marcos Rogério, do DEM, membro da Comissão de Constituição e Justiça, os trâmites desta acusação são mais complicados, porque a denúncia trata de dois crimes - obstrução à Justiça e organização criminosa – e envolve os ministros, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria Geral.

E a dúvida que paira no ar é se haveria relatórios separados para os diferentes tipos de crimes declarados na acusação e se os ministros seriam considerados em um relatório separado ou não do presidente.

Para o líder do DEM, Efraim Filho, o caso deve ser relatado em um único parecer.

Segundo Efraim Filho, os questionamentos devem ser respondidos pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

Outro ponto que deve ser considerado pelos parlamentares é a continuidade dos trabalhos da Casa em meio à análise da denúncia. Votações importantes, como a reforma política e medidas provisórias, precisam ser definidas. Segundo o deputado Vicente Cândido, do PT, os congressistas devem se esforçar para não paralisar os trabalhos da Câmara.

Na segunda-feira deve ser feita uma nova tentativa de leitura da denúncia no plenário.

* Matéria atualizada às 17h56 para complemento de informações.