Operação da PF no Rio investiga participação de deputados em esquema de corrupção

PF cumpre mandados de prisão no Rio em nova fase da Lava Jato

Publicado em 08/11/2018 11:46 Por Ícaro Matos - Rio de Janeiro

A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal deflagraram mais uma fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (8).

A ação, batizada de Furna da Onça, tem o objetivo de investigar a participação de deputados estaduais em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual, principalmente no Detran do Rio.

Esta fase é um desdobramento da Operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, e tem a participação de 200 policias federais, 35 membros do MPF e 10 auditores da Receita, que estão nas ruas para cumprir 22 mandados de prisão sendo 19 de prisão temporária e três de prisão preventiva.

Também são cumpridos 47 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da Segunda Região, inclusive para a sede da Alerj, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Os principais alvos são 10 deputados estaduais. São eles: André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), e Marcus Vinícius “Neskau” (PTB).  Já para Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MDB, que já tinham sido alvos na Operação Cadeia Velha, foram emitidos novos mandados de prisão.

Melo e Albertassi vão continuar no Complexo Penitenciário de Bangu e Picciani permanecerá em prisão domiciliar, por questões de saúde.

Outros alvos da operação são o atual secretário de Governo do Estado, Affonso Monnerat; o presidente do Detran do Rio, Leonardo Silva Jacob, e seu antecessor no comando do órgão, Vinícius Farah, que foi recém-eleito deputado federal pelo MDB.

De acordo com as investigações, o esquema começou no segundo mandato do ex-governador Sérgio Cabral e era liderado por ele e pelos ex-presidentes da Alerj Jorge Picciani e Paulo Melo.

Eles são acusados de pagar propina aos parlamentares envolvidos para que atuassem de acordo com os interesses do grupo em votações na Alerj.

O dinheiro da propina, chamada de 'mensalinho', vinha do sobrepreço de contratos para obras no Rio, com recursos estaduais e federais.

Ainda segundo as apurações, outra forma de comprar o apoio dos parlamentares era por meio do loteamento de cargos em diversos órgãos públicos do estado, onde poderiam indicar funcionários comissionados ou mesmo terceirizados.

Os envolvidos vão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O nome Furna da Onça faz referência a como é chamada a sala ao lado do plenário da Alerj, onde deputados se reúnem para ter conversas reservadas e fazer combinações antes de votações importantes.

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