Ministério alerta para casos de SIM-P entre crianças com Covid-19; doença pode matar

Ministério alerta para casos de SIM-P, doença que pode levar à morte

Publicado em 07/08/2020 02:16 Por Victor Ribeiro - Brasília

Crianças e adolescentes que se contaminaram pelo coronavírus têm chances de desenvolver uma doença rara, que pode levar à morte. O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (6) que monitora os casos da SIM-P, Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, para compreender melhor essa relação entre a doença e o vírus que causa a Covid-19.

De acordo com o ministério, desde o começo do ano, pelo menos três jovens morreram por causa da SIM-P no estado do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com a pasta, outros 71 casos foram registrados, sendo 22 no Rio, 29 no Ceará, 18 no Pará e dois casos notificados no Piauí. As pessoas que contraíram a síndrome têm idades que variam de 7 meses até 16 anos.

Entre os sintomas mais comuns estão febre por mais de 24 horas, acompanhada de pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório.

O vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Marcelo Otsuka, explica que a síndrome também provoca o mau funcionamento de dois órgãos simultaneamente em crianças e adolescentes.

O tempo entre a exposição ao coronavírus e as manifestações clínicas da SIM-P variou de 6 a 60 dias. Em um comunicado, o Ministério da Saúde ressaltou que, em relação ao total de casos de crianças e adolescentes que tiveram Covid-19, a quantidade que desenvolveu a síndrome é muito pequena. Mas os casos descritos apontam para “uma possível relação de uma nova característica da Covid-19 em crianças e adolescentes”.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta internacional aos pediatras sobre a relação da contaminação por coronavírus com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica e com a Síndrome de Kawasaki.

Existem relatos de suspeitas de doença de Kawasaki associada à Covid-19 nos Estados Unidos, Canadá, Espanha, França e Itália. No dia 20 de maio, o Ministério da Saúde já havia emitido um alerta para que os pediatras brasileiros ficassem atentos a esses sintomas. O objetivo era identificar precocemente outras doenças que podem ter relação com o coronavírus.

O médico Marcelo Otsuka destacou que a única forma eficaz de se prevenir a SIM-P é não deixar a criança ou o adolescente se infectar pelo coronavírus.

A maior pesquisa sobre a pandemia no Brasil, feita pela Universidade Federal de Pelotas com quase 90 mil pessoas em 133 cidades, concluiu que as crianças são tão vulneráveis a contrair o coronavírus quanto os adultos. A diferença é que os mais jovens têm menos chance de desenvolver sintomas graves.

Esse novo alerta do governo brasileiro sobre a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica coincide com o momento em que as aulas começam a ser retomadas em diversos municípios.


* Com produção de Salete Sobreira

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